Dos
inúmeros concertos que “invadiram” os palcos portugueses neste Verão de 2015, vamos eleger
os três que considerámos mais entusiasmantes:
Ouro: Salif Keita (Mali) – 25/07/2015 (Festival
Músicas do Mundo/ Sines)
“Nascido em Djoliba (Mali), Salif Keita
radicou-se em Paris e é hoje considerado um dos expoentes máximos da música
africana. Dotado de uma voz prodigiosa, o músico albino de sangue real, conhecido
como “A voz dourada de África”
é, também, um dos mais vigorosos e revigorantes exemplos da fusão da tradição
rítmica africana com a tecnologia ocidental. O concerto de Sines inseriu-se na
sua digressão acústica, um regresso às raízes, desenhando uma retrospetiva pela
carreira do artista e levando o público ao coração da alma mandinga moderna.”
Prata: Soeur Marie Keyrouz e l’Ensemble de la Paix (Líbano) – 20/06/2015 (Gulbenkian/ Lisboa)
“A
libanesa Marie Keyrouz alia os seus
profundos conhecimentos musicológicos do canto sacro ocidental e oriental a uma
voz com um timbre de rara beleza e espiritualidade. Observando o ritmo ortodoxo
grego, de onde uma parte da liturgia é em siríaco, o trabalho de Marie Keyrouz tem-se
desenvolvido em prol da divulgação do canto sacro subjacente a liturgias
específicas que teimam em sobreviver no conturbado e dito berço da humanidade. Em Portugal, Marie Keyrouz brindou-nos com poemas líricos de inspiração religiosa, litúrgica,
espiritual ou muito simplesmente humana, buscando a sua essência nos temas
musicais mais antigos do canto tradicional maronita, melchita, siríaco e
bizantino”.
“O
músico Toumani Diabaté, nascido em
1965 em Bamako, a capital do Mali, e que já esteve em Portugal por várias
ocasiões, é, segundo Nick Gold (World Circuit), o portador da chama de uma das
formas de arte mais belas do mundo. Descendente dos griots, os
contadores de histórias do ocidente africano, Toumani é um mestre na sua arte e
produz uma música na qual a história nobre do império mandinka é reafirmada, permitindo, ao mesmo tempo, a ligação de um
público contemporâneo a uma inspiradora espiritualidade.
Considerado
o maior tocador da atualidade da famosa kora, Toumani Diabaté fez-se acompanhar
em Sines pelo seu filho mais velho, Sidiki, interpretando ambos peças para kora
quase esquecidas e novas abordagens a clássicos dos povos Mandé.”
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