Sunday, April 6, 2008

MEREDITH MONK

26 de Abril - Centro Cultural de Belém, Lisboa

30 de Abril - Teatro-Cine, Torres Vedras
1 de Maio - Centro Artes e Espectáculos, Portalegre


Compositora, cantora, coreógrafa, encenadora e cineasta, Meredith Monk, nascida no Peru e radicada nos Estados Unidos, é o arquétipo da artista multimédia. Licenciada pelo Sarah Lawrence College, Monk criou desde 1964 perto de uma centena de obras ligadas à dança, ao teatro, ao cinema e sobretudo à música, que tem unificado o seu trabalho.

Considerada como uma “feiticeira da voz”, “a voz do futuro” ou, simplesmente, “o fenómeno”, Meredith Monk emprega um arrojadíssimo género vocal, mais relacionado com a exploração do som que com a palavra, abrindo caminho à emergência de outros notáveis valores como Joan La Barbara, Tamia, Fátima Miranda ou Cas de Marez, Os seus característicos sons vocais lembram os gritos ululantes das mulheres berberes, os cantos multifónicos de Tuva, sussurros, glissandos, mudanças bruscas de tessitura, timbre e notas. Pioneira na “técnica vocal extendida” e na “performance interdisciplinar”, Meredith Monk explora a voz como um instrumento e amplia os limites da composição musical, criando paisagens sonoras que descobrem sentimentos, energias, e memórias para as quais não existem palavras.

Assumindo-se como um dos expoentes mais inovadores do movimento artístico contemporâneo do nosso tempo, Meredith Monk combina a sua extraordinária voz com o virtuosismo técnico da música erudita, a simplicidade da música folk, a alma e a autenticidade da world music, a liberdade e a flexibilidade do jazz e a excitação da pop e do rock.

Depois de ter presenteado os portugueses com concertos memoráveis em Coimbra e no Porto, em 1988, e em Aveiro, em 2006, Meredith Monk apresenta-se, de novo, em Portugal, para três concertos absolutamente a não perder.

Mediterraneo

O Mar Mediterrâneo é, muito provavelmente, a região do globo culturalmente mais rica e diversificada, que se foi erguendo em torno das suas tradições milenares. Desde tempos imemoriais, as suas costas foram enriquecidas por prósperas civilizações, dos Egípcios aos Hebreus, dos Fenícios aos Gregos, dos Romanos aos Cartagineses... Ao longo da sua história, o Mediterrâneo tem sido um incessante palco de grandes movimentos culturais e fonte de inspiração para inúmeros músicos e artistas.

Alicerçado no “Mare Nostrum”, surgiu o projecto discográfico «Mediterraneo», que consiste numa luxuosa edição, composta por um livro a cores e quatro discos. O livro aborda variadíssimas temáticas como a história, a geografia física e humana, o clima, a flora, a gastronomia, a música e o turismo das várias regiões ao longo do Mediterrâneo, bem como informações detalhadas sobre os intérpretes e os temas.

Nos quatro CDs com mais de 5 horas de duração, desfilam 73 faixas, representativas de 23 países banhados pelo Mediterrâneo, numa viagem musical que começa em Portugal e acaba em Marrocos. Vozes de sonho, adornadas por variadíssimos instrumentos elaboram baladas, canções de embalar, temas populares e folclóricos, instrumentais e fusões, entre outras, numa mistura de sonoridades com raízes tradicionais mas onde a modernidade impõe novos contornos num processo contínuo de renovação.

Como magistralmente sintetiza Orlando Leite, na Magazine Artes, “A música do Mediterrâneo, tal como a vida nesta região, é uma mistura de odores, cores e sons, de extroversão, dias cheios de sol, de cores vivas, dos contrastes súbitos, dos prazeres evidentes, do chamamento para a oração a Alá, de Cristo representado como jovem helenístico, da arte copta e da arte bizantina, dos cânticos judaicos, das cúpulas brancas das igrejas sobre o mar muito azul de Santorini ou da floresta de colunas da mesquita de Córdova”.

O primeiro CD da antologia é dedicado à Europa latina e a países como Portugal, Espanha, França, Itália e Malta; o segundo debruça-se sobre a música dos Balcãs, nomeadamente da Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Albânia e Grécia; o terceiro CD aborda as sonoridades do Próximo Oriente, sobretudo da Turquia, Chipre, Síria, Líbano, Israel e Palestina; o quarto e último disco viaja pelo Norte de África, desde o Egipto a Marrocos, passando pela Líbia, Tunísia e Argélia.