25 de Abril / CCB / Sala Luís de Freitas Branco / 11h00
(Lisboa)
O ensemble de música medieval Eloqventia de Gijón (Espanha), fundado e dirigido por Alejandro Villar, tem dois concertos agendados para os Dias da Música em Belém’10, - As Paixões da Alma, ambos dedicados à poesia trovadoresca, ou poesia galaico-portuguesa do século XIII.
24 de Abril: “Cantigas de Amigo de Martín Codax”
O primeiro concerto é dedicado às Cantigas de Amigo do jogral galego Martín Codax, o supremo trovador de Vigo, cujas partituras chegaram aos nossos dias. Consideradas as mais importantes da lírica trovadoresca galaico-portuguesa, embora o corpus literário a ele atribuído se limite a sete, as Cantigas de Amigo de Codax figuram em dois dos três cancioneiros da lírica galaico-portuguesa (o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional), bem como no Pergaminho Vindel, onde o seu nome consta como autor das composições.
De origem popular, com marcas evidentes da literatura oral, sobretudo pela utilização de recursos próprios dos textos para serem cantados (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), as Cantigas de Amigo tiveram as suas origens na Península Ibérica. Nelas, o eu-lírico é uma mulher jovem que canta o seu amor pelo amigo (namorado), muitas vezes em ambiente natural e frequentemente em diálogo com a mãe ou com as amigas, ora lamentando a ausência do amado, ora cantando a sua alegria pelo próximo encontro.
Programa:
Cantiga 73 (Afonso X, o Sábio)
Ondas do mar de Vigo (Martin Codax)
Mandad’ei comigo (Martin Codax)
Tierche Estampie Roial (Anónimo)
Mia irmana fremosa (Martin Codax)
Ai Deus, se sab’ora meu amado (Martin Codax)
Cansó (Guiraut Riquier)
Quantas sabedes amar amigo (Martin Codax)
Eno sagrado en Vigo (Martin Codax)
Ai ondas que eu vin veer (Martin Codax)
PREÇO: 6€
25 de Abril: “Cantigas de Amor de D. Dinis de Portugal”
O segundo concerto do Ensemble Eloqventia é dedicado às sete Cantigas de Amor escritas pelo rei D. Dinis, cujas partituras foram descobertas em 1990, no chamado Pergaminho Sharrer (encontrado na Torre do Tombo, de Lisboa). Fragmento duma obra maior, provavelmente do Livro das Trovas de D. Dinis, cancioneiro monográfico que continha composições deste rei de Portugal, o Pergaminho Sharrer foi composto no scriptorium real nos finais do séc. XIII ou inícios do XIV, mas, infelizmente, o seu estado de conservação é significativamente pior que o do Pergaminho Vindel e não chegou completa até nós a música de nenhuma das sete Cantigas de Amor que o compõem.
Nas Cantigas de Amor, originárias da Provença (sul de França), o eu-lírico é masculino e sofredor. O poeta, enamorado, coloca-se na posição de fiel vassalo e dirige-se à mulher amada, dama da corte, como a uma figura perfeita, formosa, distante e inacessível.
Programa:
Saltarello (Anónimo)
Pois que vos Deus amigo quer guisar (D. Dinis)
A tal estado m’adusse senhor (D. Dinis)
O que vos nunca cuidei a dizer (D. Dinis)
In Pro (Anónimo)
Que mui gran Frazer que eu ei senhor (D. Dinis)
Senhor fremosa non poss’eu osmar (D. Dinis)
Chominciamento di giogia (Anónimo)
Non sei como me salv’a mia señor (D. Dinis)
Quix bem amigos e quer’e quereei (D. Dinis)
PREÇO: 6€
ENSEMBLE ELOQVENTIA
MARIVÍ BLASCO canto
RAMI ALQHAI viela
DAVID MAYORAL saltério e percussão
ALEJANDRO VILLAR flautas e direcção musical
Domingos Costa com Alejandro Villar e Mariví Blasco, após os dois extraordinários concertos
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