Monday, December 22, 2008
Os melhores discos de 2008
A melhor:
Desert Blues 3/Entre Dunes et Savanes (Network)
As outras:
Al Andaluz Project - Deus et Diabolus (Galileo)*
Aleksandra Alexander - Music for Medieval Faires (Bunny Records)
Arriba La Cumbia! (Crammed Discs)
Aruna Sairam – Divine Inspiration (World Village)
Bako Dagnon – Titati (Syllart) *
Beatus – Trobar: Chansons d’amour, de la Vierge à la Dame (Alpha)*
Choeur de Chambre de Namur/ Psallentes/ Les Pastoureaux/ Millenarium – Llibre Vermell (Outhere/Ricercar)
Eduardo Paniagua/ Jorge Rozemblum – Klezmer Sefardí (Pneuma)*
Ensemble Belladonna – Melodious Melancholye: The Sweet Sounds of Medieval England (Raumklang)*
Esma Redzepova - Gypsy Carpet (Network)*
Gabi Lunca - Sounds from a Bygone Age, Vol. 5 (Asphalt Tango)
Hector Zazou & Swara – In the House of Mirrors (Crammed Discs)
Hespèrion XXI - Estampies & Danses Royales (Alia Vox)
Hespèrion XXI / Al-Darwish / La Capella Reial de Catalunya / Jordi Savall – Jérusalem (Alia Vox)
Ioculatores (Raumklang)*
Istanbul Oriental Ensemble - Grand Bazaar (Network)*
Jalda Rebling – Juden im Mittelalter (Raumklang)*
Justin Adams & Juldeh Camara - Soul Science (Wayward)*
L' Ensemble Aromates – Rayon de Lune: Musique des Ommeyades (Alpha)*
Les Amazones de Guinée – Wamato (Sterns Music)
Mediterraneo (Som Livre)*
Millenarium – Danza: Danses médiévales (Outhere/Ricercar)
Rokia Traoré – Tchamantché (Universal)
The Garifuna Women´s Project - Umalali (Stonetree Records)
The Rough Guide to Turkish Café (World Music Network)
Theodora Baka – Myrtate: Traditional Songs from Greece (Raumklang)*
Toni Iordache - Sounds from a Bygone Age, Vol. 4 (Asphalt Tango)*
Toumani Diabaté - The Mandé Variations (World Circuit)
Victor Démé - Victor Démé (Chapa Blues)
* Estes discos têm data de edição anterior, mas só em 2008 foram colocados à disposição de “Os cantos do Mundo”.
Monday, December 8, 2008
Alpha
“Discos que são tão belos à vista como à audição!”
Eis como as criações da etiqueta Alpha foram saudadas pela imprensa em 1999, quando surgiu. Enquanto a tendência geral da produção discográfica vai no sentido da normalização e da banalização da música gravada, a Alpha empenhou-se, desde logo, no sentido de criar cada registo como um objecto de arte único.
Os discos da Alpha são representativos das diferentes formas de expressão artística dos séculos passados. No entanto, não são apenas música, mas um prazer estético para os sentidos e para a mente. É preocupação dos editores da Alpha entender como a música foi concebida, como se transmitiu e se transformou de um país e de um criador para outro, mas também de aprofundar as suas relações com a literatura, a poesia, o teatro e a pintura, através de textos escritos, eruditos mas acessíveis, por especialistas em história da arte.
A etiqueta Alpha orgulha-se de desempenhar um papel decisivo na liderança da definição de uma nova "geografia" musical e de explorar, em benefício de uma audiência crescente, territórios artísticos até então desconhecidos. O século XVIII, por exemplo, apresentou-se-lhe realmente como um novo mundo a explorar. Graças à sua acção, a partir de agora, Bellerofonte Castaldi, Domenico Belli, Stefano Landi, Pierre Guédron ou Philipp Heinrich Erlebach deixaram de ser meros nomes da enciclopédia da música. Graças às gravações da Alpha, sabemos agora que as obras destes compositores, há muito esquecidas pelas editoras de música antiga, merecem o nosso interesse e contêm um manancial de insuspeitas emoções.
Por outro lado, e talvez o mais importante, a Alpha tem-se esforçado, desde o seu início, em ser um dos principais divulgadores de novos talentos musicais. As suas escolhas, por vezes audaciosas, outras vezes arriscadas, obedecem a uma regra básica: a procura da excelência musical. É, provavelmente, graças a estas severas e permanentes exigências que a Alpha teve o privilégio de ser eleita pela imprensa internacional, com apenas alguns anos de existência, "A Etiqueta Clássica do ano 2005".
Alguns dos discos mais fascinantes da Alpha, na opinião de “Os cantos do mundo”:
Le Poème Harmonique/ Vincent Dumestre – Pergolesi: Stabat Mater (2000)
Le Poème Harmonique/ Vincent Dumestre - Aux Marches du Palais: Romances & complaintes de la France d'autrefois (2001)
L' Arpeggiata/ Christina Pluhar - La Tarantella: Antidotum Tarantulae (2002)
Diabolus in Musica/ Antoine Guerber - Honi Soit Qui Mal Y Pense! Polyphonies des chapelles royales anglaises (2002)
Marco Beasley/ Accordone - La Bella Noeva (2003)
Joël Grare – Follow (2003)
Antequera/ Johannette Zomer - Cantigas de Santa Maria: Eno nome de Maria (2003)
Henri Agnel - Istanpitta: Danses florentines du Trecento (2003)
Meirav Ben David-Harel/ Yaïr Harel/ Nima Ben David/ Michèle Claude - Yedid Nefesh: Amant de mon âme (2004)
L' Ensemble Aromates/ Michèle Claude - Jardin de Myrtes: Mélodies andalouses du Moyen-Orient (2005)
Les Fin' Amoureuses - Marions les Roses: Chansons & psaumes de la France à l'Empire Ottoman (2005)
Diabolus in Musica/Antoine Guerber - La Doce Acordance: Chansons de Trouvères (XIIe & XIIIe siècles) (2005)
Beatus/ Jean-Paul Rigaud – Trobar: Chansons d'amour, de la Vierge à la Dame (2006)
L' Ensemble Aromates/ Michèle Claude - Rayon de Lune, Musique des Ommeyades (2007)
Mais informações em: http://www.fugalibera.com/
Sunday, September 21, 2008
Morreu Hector Zazou
Citado pelo jornal espanhol El País, o director da revista francesa Actuel sentenciou: «Na Inglaterra têm Peter Gabriel, nos Estados Unidos David Byrne e em França temos Hector Zazou.» Com efeito, conhecido pela sua obra multifacetada e inovadora, Zazou esteve ligado à música clássica, electrónica, pop e world music e foi um pioneiro na fusão de músicas de diferentes géneros e origens geográficas, aparentemente inconciliáveis.
Ao longo dos anos, Zazou construiu uma carreira invejável, tendo trabalhado com nomes como Laurie Anderson, Björk, Brian Eno, Peter Gabriel, John Cale, Suzanne Veja, Sussan Deyhim, David Sylvian, Lisa Germano e Ryuchi Sakamoto, entre outros. Por outro lado, soube rodear-se de alguns dos melhores intérpretes das músicas tradicionais e embrenhar-se sabiamente no mundo das polifonias corsas, das vozes búlgaras, das canções dos mares gélidos, da música celta ou das sonoridades africanas...
Na criteriosa série belga Made to Measure, da Crammed Discs, Hector Zazou revelou-se uma figura emblemática, editando autênticos manuais com música para ouvir e ver. Parar em Reivax au Bongo, passar por Géographies ou Géologies, viajar em Sahara Blue, ou mergulhar nas Chansons des Mers Froides constituem experiências musicais fascinantes, sem as quais ficaríamos mais pobres. Gravado no início deste ano, In The House of Mirrors, a editar em 06 de Outubro, será o 11.º registo de Zazou para a Crammed, obra póstuma gravada com músicos indianos, uzbeques e hispânicos.
Como muito bem sintetizou o nosso querido amigo António Silva (fixwhatusee.blogspot.com), com quem partilhámos a mesma paixão pela música de Hector Zazou, nos tempos mais prolíficos da RUC, o músico francês está obrigatoriamente numa bem pensada lista dos melhores discos que nunca ouviu, e figura no palco das memórias dos melhores concertos de sempre, que provavelmente não terá visto.
Monday, July 28, 2008
Sines? São Martinho do Porto!
Não será caso para dizer que a montanha pariu um rato, mas é legítimo afirmar que a décima edição do Festival Músicas do Mundo de Sines, que decorreu de 17 a 26 de Julho, terminou sem que tivessem abundado momentos verdadeiramente inesquecíveis. Apesar de apresentar o programa mais extenso e ambicioso da sua história, com quarenta espectáculos distribuídos por dez dias, o FMM de 2008 teve apenas cerca de meia dúzia de concertos extraordinários: Bassekou Kouyaté & Ngoni Ba, a Orchestra Baobab e Faiz Ali Faiz foram sublimes; Asha Bhosle, Justin Adams & Juldeh Camara e Anthony Joseph/The Spasm Band/Joe Bowie estiveram à altura dos pergaminhos do Festival; eventualmente, também Rokia Traoré terá estado (a julgar pela sua valia e pelo que fizera no FMM de 2004), mas não pudemos assistir ao seu concerto; de resto, pouco mais!
A esmagadora maioria dos projectos presentes no FMM 2008 resvalaram perigosamente para propostas menos interessantes, próximas da pop e do rock e talvez não destoassem, por exemplo, na Zambujeira do Mar ou em Paredes de Coura. Cui Jian e os repetentes KTU, para citar apenas dois casos, foram autênticos desastres, dignos de figurarem em cartazes de festivais de rock de segunda categoria.
Saliente-se, por outro lado, os discutíveis critérios de atribuição de acreditações que privilegiaram, por exemplo, rádios locais (sem programas dedicados à World Music ou com “ilhas” de qualidade duvidosa), em detrimento de blogs especializados (com indiscutível visibilidade superior e, actualmente, com maior eficácia), a manchar uma organização que se tem revelado, ao longo dos anos, quase perfeita...
Domingos Costa com Justin Adams e Juldeh Camara, no exterior do Castelo
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Sines já lá vai. Viva São Martinho do Porto! Na sua primeira edição, o Baía Azul Summer Fest afirma-se como o próximo grande evento de Verão. No primeiro e no segundo fins-de-semana de Agosto (dias 2, 3, 9 e 10), a zona litoral de São Martinho do Porto assistirá às actuações de Sérgio Godinho, Toumani Diabaté’s Symmetric Orchestra, Deolinda, Rabih Abou-Khalil/Ricardo Ribeiro e Summer Jazz Orchestra/Rão Kyao.
Seguindo o excelente exemplo protagonizado por Sines desde há dez anos, São Martinho do Porto, com este Festival, começa por dar um passo decisivo no sentido de se afirmar como um dos pólos turísticos fundamentais do litoral português, de visita obrigatória na época de Verão.
Programa
2 de Agosto, Sábado
22h00 - Rabih Abou-Khalil feat.
Rabih Abou-Khalil, famoso mestre do alaúde libanês, estudou música árabe no Conservatório de Beirute, Alep e Damasco. Em 1978, a guerra civil fê-lo trocar o Líbano pela Alemanha, onde vive actualmente. Considerado um compositor e instrumentista vanguardista e uma das maiores figuras europeias do jazz de fusão, Rabih Abou-Khalil possui uma discografia invejável e mais de meio milhão de discos vendidos em todo o mundo. Só em 1999, Abou-Khalil recebeu cinco prémios da German Phono Academy.
Compositor e mestre do oud, instrumento que desde sempre procurou explorar de maneira inovadora, Rabih Abou–Khalil criou uma linguagem musical universal que é apreciada e elogiada por amantes e críticos que vão desde a Música Clássica ao Jazz e desde a Música Contemporânea à World Music.
Depois de ter brilhado no Castelo de Sines, em Julho de 2006, e em Guimarães e Lisboa, em Janeiro de 2008, Rabih Abou-Khalil, regressa a Portugal para actuar em São Martinho do Porto, fazendo-se acompanhar por Ricardo Ribeiro, uma das mais surpreendentes revelações do novo fado.
23h30 - Deolinda (Portugal)
Deolinda é um projecto original de música popular portuguesa, que se inspira no fado e nas suas origens tradicionais. Formado em 2006 por quatro jovens músicos com experiências musicais diversas (jazz, música clássica, música étnica e tradicional), o grupo Deolinda cruza diferentes linguagens musicais e recria uma sonoridade de cariz popular.
3 de Agosto, Domingo
22h00 - Toumani Diabaté & The Symmetric Orchestra
The Symmetric Orchestra, banda constituída por 52 músicos e cantores (incluindo convidados), é uma verdadeira instituição do Mali, idealizada por Toumani Diabaté, o maior tocador de kora do planeta.
Criada para misturar o lado autêntico e positivo da música tradicional do Mali com as novas sonoridades, The Symmetric Orchestra utiliza, sem qualquer pudor, a kora, o ngoni, o balafon, o sabar, o djembé ou o dundun ao lado de guitarras eléctricas, baixos, trompetes, trombones ou percussões ocidentais. Interpreta a música griot (o legado do império mandinga) e composições modernas.
Desde sempre sediada em Bamako, The Symmetric Orchestra actuou apenas no continente africano, até à realização do álbum “Boulevard de l’Independance” (World Circuit/Megamúsica). Depois disso, passou por Aveiro, realizando um concerto memorável, mesmo sem contar com Toumani Diabaté, impossibilitado por doença, e, já com o líder, por Sines.
9 de Agosto, Sábado
22h00 - Summer
A Summer
10 de Agosto, Domingo
22h00 - Sérgio Godinho
Sobejamente conhecido como autor, compositor e cantor, Sérgio Godinho é artisticamente multifacetado, sendo actor com participações em filmes, séries televisivas e peças teatrais, dramaturgo, com assinatura de algumas peças de teatro e ainda realizador, entre outras actividades.
Depois do êxito do último álbum de originais “Ligação Directa”, considerado um dos melhores discos do ano e da realização de uma série de concertos, surge o lançamento do disco ao vivo “Nove e Meia no Maria Matos”. Sérgio Godinho apresenta ao vivo, desta vez em S. Martinho do Porto, o espectáculo baseado no disco gravado por ocasião dos concertos ocorridos em Maio de 2007, no Maria Matos, em cinco datas completamente esgotadas.
Entrada Livre
Wednesday, July 2, 2008
FMM 2008 - Festival Músicas do Mundo de SINES [17-26 Julho]
A edição de 2008 do Festival Músicas do Mundo de Sines, uma organização da Câmara Municipal, assinala dez anos, com o programa mais extenso e ambicioso da sua história. De 17 a 26 de Julho, o FMM traz ao Litoral Alentejano 40 espectáculos com músicos de quatro “cantos do mundo” e iniciativas paralelas, repartidos por quatro palcos montados em Porto Covo e em Sines (Centro de Artes, Avenida da Praia e Castelo). Afirma-se, assim, definitivamente, como um dos mais importantes eventos musicais do género do planeta.
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Mais informações em: http://www.fmm.com.pt/ |