06 de Junho / 21h30 / CAE (Figueira da Foz)
08 de Junho / 16h00 / Teatro Virgínia (Torres Novas)
09 de Junho / 21h00 / CCB (Lisboa)
Depois dos espantosos concertos do maliano Toumani Diabaté, e antes do prato forte que constituirá o Festival de Músicas do Mundo de Sines, este final de Primavera trar-nos-á a imperdível riqueza do grupo vocal feminino Le Mystère des Voix Bulgares.
Constituído por 26 elementos, Le Mystère de Voix Bulgares é um ensemble fundado em 1952, com o objectivo de enriquecer a herança da canção tradicional búlgara com harmonias e arranjos que fizessem sobressair os seus maravilhosos ritmos e timbres. No entanto, este autêntico tesouro, escondido do resto do mundo durante décadas, só nos foi dado a conhecer nos anos oitenta, pelas mãos do musicólogo e produtor suíço Marcel Cellier, que recuperou umas bobinas com uma gravação da Rádio Televisão Búlgara, publicando-as posteriormente em disco.
Em 1986, é editado, pela prestigiada etiqueta inglesa 4AD, o mais impressionante dos registos das misteriosas vozes búlgaras e, a partir daí, o mundo pôde render-se às maravilhosas vozes de Yanka Rupkina, Kalinka Vulchieva ou Stefka Sabotinova e aos maravilhosos coros que transformavam sons em estranhas e misteriosas cores vocais, como se algo para além da voz humana estivesse a tocar e a flutuar pelo espaço. A partir de 1988, este indescritível coro feminino realizou tournées por todo o mundo atingindo um enorme sucesso nos Estados Unidos, no Japão e na Europa.
Os espectáculos de Le Mystère de Voix Bulgares assentam num repertório baseado em canções populares, religiosas e profanas e em arranjos de temas tradicionais da autoria dos mais prestigiados compositores búlgaros, como Phillip Koutev, Nikolai Kaufmann, Krassimir Kyurkchiyski e Stefan Kanev. As músicas são executadas pelas mais fascinantes vozes do planeta, com justaposições de várias escalas tonais e atonais e enorme riqueza rítmica e tímbrica. Com mestria, criam acordes enigmáticos e ecos indescritíveis e transformam as vozes em estranhas sonoridades como se fossem desconhecidos instrumentos, absolutamente a não perder.